Passo a Passo



Passos concretos para formação do grupo

O conjunto de etapas abaixo descrito reduz o risco de insucesso num empreendimento, porquanto se baseia na análise e controle de fatores críticos de sucesso e insucesso em experiências práticas de formação de grupos com propósitos similares ao que se pretende neste projeto. Trata-se de casos bem-sucedidos ocorridos em algumas regiões do Brasil.

PRIMEIRO PASSO: ANIMAÇÃO

  • Identificação de grupos potenciais, com poder de agregação
  • Reuniões preliminares, para avaliar a maturidade do grupo
  • Identificação de lideranças capazes de dar credibilidade à iniciativa
  • Tirar as dúvidas do grupo dos produtores quanto ao que se vai fazer
  • Promover a conscientização do trabalho comunitário

SEGUNDO PASSO: DIAGNÓSTICO

  • Fazer diagnóstico de capacidade produtiva de cada uma das famílias dos agricultores participantes do Projeto.
  • Identificar o sonho da família (o que ela produz agora e o que gostaria de produzir no futuro).
  • Procurar saber o que os produtores não querem e não conhecem. O treinamento para novas atividades vem depois. A exploração "espontânea" tem vantagens. Se ninguém quiser criar pequenos animais, por exemplo, a princípio a assistência técnica não deverá incluir a atividade no plano técnico.
  • Identificar pontos de provável atrito e concorrência entre produtores: exploração de uma mesma atividade, guardadas as devidas proporções.
  • Identificar atividades complementares que promovam "sócios".
  • Promover, logo nos primeiros contatos, a conscientização do trabalho comunitário em torno de uma exploração que vai gerar renda

TERCEIRO PASSO: PLANEJAMENTO

  • Iniciar pelo mercado, clientes, produtos, cultivos e atividades de mercado que sejam as mais rentáveis possíveis com o acervo de conhecimento dos produtores.
  • Incluir no plano o planejamento de cada uma das famílias.
  • A partir dos planos das famílias, fazer o plano geral.
  • Certificar-se de que o fluxo de caixa de resultados líquidos esteja planejado com margens de segurança para riscos eventuais.
  • Consignar nos planos as atividades de pós-colheita, processamento, beneficiamento.
  • Incluir nos planos pequenas atividades geradoras de receita.
Definições importantes:

Cultivos e atividades agropecuárias

Administração
     Obra civil (escritório)
     Mercadinho
     Automóvel
     Caminhão
     Trator

Agroindustrialização (agregação de valor)
     No núcleo comunitário
     Resfriador comunitário
     Máquinas e equipamentos comunitários
     Pequena fábrica de rações
     Seleção e embalagem
     Despolpadora

Produção coletiva da comunidade
     Produção de leitões
     Central de mudas
     Resfriador comunitário (leite)

Produtos finais
     [Menos] Produtos básicos
     [Mais] Produtos beneficiados e processados

Formas de comercialização
     Comercialização compromissada
     Produção contratada
     Contratação por empresa processadora


QUARTO PASSO: RETORNO DO PLANO PARA DISCUSSÃO COM O GRUPO

Para se saber se é aquilo mesmo que a comunidade quer, o plano, incluindo o planejamento completo por família e para o grupo como um todo, é rediscutido em detalhe e, em seguida, refeito e homologado.


QUINTO PASSO: FORMAÇÃO DE GRUPOS DE TRABALHO OU GRUPOS DE INTERESSE

Os produtores, em conjunto, com a participação das famílias, discutem as atividades pelas quais cada componente (ou cada família) ficará responsável. Esta etapa é importante para identificar economias de escala internas que permitam reduzir os custos das atividades do grupo.


SEXTO PASSO: FORMAÇÃO FINAL DO GRUPO

Forma-se a consciência de trabalho em conjunto, com conscientização e obtenção de autorização de funcionamento, compromissos de gestão associativa, "protocolos de adesão".

Nessa altura é importantíssimo explicar o que é um consórcio, um condomínio, seus estatutos e seus contratos. Explicações sobre a formalização dos compromissos são indispensáveis nessa fase. Cumpre tirar as dúvidas dos produtores quanto aos direitos e obrigações dos membros (estatutos) e do grupo com o proprietário (contratos). O anexo deste Manual contém minutas de estatutos e contratos para serem utilizados nessa etapa.

É talvez necessário o concurso de um advogado agrarista.


SÉTIMO PASSO: IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO

As principais etapas são:

  • Verificação final da disponibilidade de recursos financeiros.
  • Implementação do cronograma físico.
  • Implementação do cronograma financeiro.
NOTAS:

  1. O projeto e os arranjos financeiros não podem atrasar, devendo cumprir os prazos anunciados ao grupo pela assistência técnica.
  2. A implementação caberá obrigatoriamente à direção do grupo, na pessoa de um de seus participantes/dirigentes, ou mediante delegação de apenas uma parte dos trabalhos (obras civis, por exemplo). Os participantes são responsáveis pelo desenho, implementação e avaliação dos projetos.

OITAVO PASSO: ACOMPANHAMENTO DIÁRIO, MENSAL E NO FINAL DO PRIMEIRO ANO
    
Os acompanhamentos deverão ser feitos tanto pelo grupo como um todo quanto por uma "entidade" independente, a qual acompanhará diretamente a gestão e relatará ao grupo, com um "parecer independente", os resultados alcançados.


NONO PASSO: AVALIAÇÃO DAS AÇÕES E SATISFAÇÃO DOS MEMBROS     (Voltar)

Sob orientação de uma entidade patrocinadora, a avaliação das ações e sobretudo a verificação do nível de satisfação dos membros devem ser feitas pelo próprio grupo. Esta é uma discussão interna do grupo

De acordo com a prática, é importante avaliar:

  • Os investimentos feitos, à luz do que se esperava e do que ocorreu com o mercado.
  • A penetração em nichos de mercado.
  • As tendências de mercado, esperadas, atuais e futuras.
  • Os resultados das vendas (preços, qualidade e entrega).


DÉCIMO PASSO: REVISÃO DO PLANO ORIGINAL

Etapa obrigatória, após a avaliação da implementação e funcionamento do projeto, devendo ser conduzida à luz dos resultados.

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